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A doença da humanidade

Existe uma doença, ao qual todos nós estamos expostos, sem exceção, mas a verdade é que muitos preferem ignorá-la ou fingir que essa doença é uma coisa normal, e que faz parte do nosso cotidiano.

E para que você possa entender melhor do que se trata essa doença, permita-me te contar uma história:

Alguns estudantes estavam sentados em silêncio com seu professor quando um caçador passou por eles. O caçador ficou surpreso ao ver o renomado professor sentado ali à vontade, sem fazer absolutamente nada, julgando que isso parecia ser perda de tempo.

Pegue o seu arco, curve-o ao máximo e lance uma flecha – pediu o professor calmamente ao caçador. 

O caçador obedeceu…

Arqueie novamente seu arco até o máximo e lance outra flecha – o professor pediu novamente. 

E o caçador o fez novamente – de novo e de novo e de novo… Por fim o caçador falou:

Professor, se eu continuar a arquear o meu arco ao máximo, ele vai quebrar.

O mesmo vale para todos nós – respondeu o professor de pronto – Se nós nos esforçarmos excessivamente, também iremos quebrar. A coisa certa a fazer, por vezes, é dar um tempo e parar todas as atividades.

E é assim que caminha a humanidade, sem parar, todos sempre ocupados, correndo contra o tempo para conquistar, fazer, mais e mais, com uma pressa interminável de mudar, transformar, ter, ter e ter. Esquecendo-se completamente do ser, do que é verdadeiramente SER humano.

Será mesmo que viemos apenas para ter e sobreviver? Ou viemos para SER e viver?

Com esse questionamento te convido à reflexão. Talvez esta seja uma pergunta que você jamais tenha se feito.

Mas saiba que parte dessa luta por sobrevivência é uma resposta biológica do seu corpo e ela está programada profundamente na parte mais primitiva do nosso cérebro, o cérebro reptiliano.

Dividido pelo nosso Sistema Nervoso Autônomo Central existem dois modos básicos de operação, existem duas versões de nós mesmos, que nos fazem reagir influenciados pelos gatilhos do estresse ou nos fazem agir a partir de um lugar de paz e calma.

O “EU” limitado e medíocre ativado pelo estresse…

O nosso primeiro “EU”, é o nosso eu mais  primitivo, instintivo e limitado. Ele é controlado pelo Sistema Nervoso Simpático nos fazendo operar constantemente no Modo de Luta ou Fuga como uma resposta aos agentes estressores, e neste modo tudo o que importa é sobreviver e procriar.

Este é o nosso “EU” de sobrevivência e competitividade. Quando operamos a partir deste modo nos tornamos extremamente egoístas e egocêntricos pois tudo se trata de proteger a nós mesmos e no máximo aos nossos pares.

Esta versão limitada de nós mesmos também tem o olhar somente para fora, buscando as respostas e soluções externamente e guiando a sua vida baseado apenas na razão, no pensamento lógico e racional.

O “EU” ilimitado e superior que vive através da paz interior!

Porém do outro lado, existe o nosso “EU” superior, divino e ilimitado. Ele é controlado pelo Sistema Nervoso Parassimpático, o Modo de Equilíbrio, Descanso e Regeneração do nosso corpo.

Esse é o nosso eu de criação, inspiração e união que visa o bem maior de todos. Através dele atingimos a consciência da equanimidade e unicidade, sentindo que somos todos um, e iguais.

Esta melhor versão de nós mesmos tem um olhar para dentro, buscando as respostas para as suas dificuldades através da introspecção e do auto conhecimento, guiando a sua vida através da intuição e inspiração. 

Este nosso EU ilimitado tem uma visão quântica da realidade, que é a de “Causar um Efeito” transformando a sua realidade de dentro para fora.

Qual desses dois EU’s você pretende cultivar dentro de você?

Bem, para escolher sabiamente, tudo depende da sua relação com o estresse e como você está fazendo para gerenciá-lo. 

É inegável o fato de que o estresse é a verdadeira doença da humanidade, ele nos aproxima do nosso eu mais primitivo e reativo, o estresse nos joga na sobrevivência onde tudo o que importa é proteger o nosso, nos tornando gananciosos. É ele quem nos impede de crescer e evoluir. 

Além disso, o estresse não afeta apenas a nossa vida, como também adoece o nosso corpo físico e mental, afetando os nossos relacionamentos pois ele nos torna intolerantes causando a divisão, a raiva, o medo e o apego.

A Doença que afeta a Humanidade

Conhecer os gatilhos fisiológicos, químicos, biológicos e psicológicos do estresse e como ele afeta a nossa sociedade como um todo é fundamental para perceber o como isso tem afetado a humanidade de uma maneira sistêmica criando guerras, conflitos e competições desnecessárias.

E é por isso que buscar a espiritualidade é curar não somente a nós mesmos, mas o mundo ao nosso redor. Mas é importante ressaltar que espiritualidade para mim não se trata de frequentar uma determinada religião, mas sim o de cultivar o equilíbrio e autocontrole através de um caminho independente de introspecção e autoconhecimento. 

Ser espiritual na verdade é conseguir superar os estímulos estressores externos de tal maneira que consigamos nos distanciar desse nosso EU primitivo que deseja, inveja, separa e destrói para nos aproximar a cada dia do nosso EU mais divino, elevado e ilimitado.

Espiritualidade é abraçar esses nossos dois “EU’s”, acolhendo e deixando ir embora o nosso eu mais primitivo, a nossa sombra, para então cultivar e desenvolver o nosso eu mais divino, espalhando a nossa luz para o mundo.

Espiritualidade Aterrada

Somos seres espirituais tendo uma experiência humana. Mas também somos seres humanos tendo uma experiência espiritual.

A espiritualidade aterrada é uma experiência abrangente de espiritualidade que está enraizada e se entrelaça em todos os aspectos da nossa humanidade e experiência terrena.

Começamos e terminamos nossa busca espiritual dentro da base do nosso ser ao vencer o nosso Eu primitivo. Na base do nosso ser está o nosso humanismo encarnado como intérprete da experiência e como portal individualizado para a divindade.

Não procuramos a espiritualidade fora da nossa forma humana. Observamos mais profundamente seu nome e forma no nosso corpo, cultivando uma compreensão mais refinada da reflexão divina que existe bem no coração de nossa individualidade.

Honramos as qualidades sagradas e propriedades transformadoras do nosso corpo, reconhecemos suas sombras e potencialidades celebrando-o como o laboratório de expansão da consciência perfeitamente construído que é.

Com os pés enraizados firmemente na mãe terra e na vida cotidiana, ficamos enraizados na realidade em todas as suas formas identificáveis. Expandimos para dentro e para fora a partir daí.

Em essência, aterrado e espiritualidade são sinônimos, ambos significam realidade. Quanto mais profundamente aterrado você estiver em seu corpo e na sua individualidade. Quanto mais você está totalmente envolvido: mais você está aqui. Quanto mais você estiver aqui, mais espiritual será sua experiência terrena.

É das profundezas do seu ser que você tem o maior acesso ao “tudo”. O que isso significa, em termos concretos, é que paramos de nos afastar dos elementos desconfortáveis ​​do nosso humanismo e incorporamos e vivemos mais profundamente dentro do nosso “EU” muitas vezes milenar, compreendendo e apreciando que quanto mais desenvolvido for a nossa essência, mais profunda é a nossa conexão com os reinos da espiritualidade.

Em vez de identificar o eu primitivo como inimigo do sagrado, reconhecemos que ele é indistinguível dele e o abraçamos, honramos e vivemos todos os aspectos do EU.

Sua individualidade é uma coisa na qual você realmente pode se sustentar, a única coisa que é verdadeiramente sua, e a única maneira de se conectar com o mundo em geral sentindo e penetrando neste universo desperto.

Quando expandimos a nossa consciência expandimos a nossa energia, e essa energia nos desperta e nos conectamos com o todo. Mas para atingi-la precisamos primeiramente olhar e aceitar a nossa individualidade e então essa essência divina que existe dentro de cada um nós despertará e acenderá a essência divina que existe em todos os seres.

Através dessa consciência, não há mais separação, não há mais o ego, a competição e o egoísmo, não há mais o indivíduo apenas sobrevivendo, mas sim o todo, o holos, e o SER humano vivendo e crescendo.

Chegou a hora de descobrir o poder da nossa consciência mística o potencial ilimitado da nossa natureza. Uma escolha clara, não importa o quão insignificante ela seja, pode redirecionar completamente o curso da sua vida. Conheça mais o trabalho do DJ e professor de meditação @gabrielmenezesmindfulness.

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Um portal sobre autoconhecimento e espiritualidade na prática para quem busca informação de qualidade sobre esses universos

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