Início Colunistas Éter É no movimento que a vida acontece

É no movimento que a vida acontece

Uma amiga recentemente me falou: “A gente só se cansa quando não é a gente”. Eu não consegui compreender bem no momento. Estava lidando com o término de um relacionamento e a aparição do meu pai após 35 anos sem contato. Isso só para resumir o que estava acontecendo comigo. Fiquei me questionando em que momento eu tinha desviado tanto de mim mesma para estar tão cansada. Então, a compreenssão me veio.

Vira e mexe eu me pego tentando ‘desacelerar’ e nem sempre isso significa algo positivo, uma vez que tem muita coisa envolvida. Cada pessoa trabalha num tempo diferente. O meu tempo, sem dúvida, é extremamente rápido em comparação ao de outras pessoas ao meu redor. E isso, a cada dia que passa, tenho notado o quanto é intrísico da minha manifestação nesta existência, pelo menos por enquanto – em respeito à impermanência.

Todas as vezes que me envolvi em situações que eram uma “ameaça” a minha natureza dinâmica sempre dava algo errado. Por que eu sei que estava errado? Porque eu entrava em processos de sofrimento. Seja um relacionamento, um emprego ou sei lá mais o que. Eu tentei muitas vezes me “adequar”. Sempre tive namoros longos ou sempre estava em busca disso numa nítida tentativa de buscar uma tal estabilidade. Eu entrei em diversos trabalhos, mas a maioria esmagadora eu pedi pra sair em menos de três anos. Eu passei muito tempo achando que tinha alguma coisa de errado comigo. E tinha mesmo.

Tudo isso era eu tentando ser quem não sou. Não que eu não possa um dia ter um relacionamento ou um emprego estável. O problema era essa busca incessante e a frustração de não estar feliz quando conseguia. O autoboicote era inevitável. Eu mesma começava a promover situações nada a ver, quase que como um grito de socorro interno, mas que meu ego não estava afim de ouvir. Porém, se o ego é forte nosso Eu Superior é infinitamente mais. Sinto hoje que minha essência arquitetava meu caminho e meu sofrimento vinha justamente da minha tentativa de fazer ao contrário.

Então, decidi observar meus desejos e de onde eles nascem antes de tomar uma decisão e seguir usando como termômetro o meu sofrimento para aferir se estou vivendo da melhor maneira possível. Da maneira que esteja alinhada com a minha essência. Quando percebi, eu estava abrindo um novo campo de possibilidades de movimento, mas movimento consciente, com qualidade, não esse tufão que venho sendo e deixando um rastro de destruíção por onde eu passo.

A real é que não sei o que vai ser. Nunca soube. Só estou realmente querendo aceitar isso e deixar ao máximo de lado a tentativa de controle. Mas quero fazer isso não porque li em um livro de autoajuda ou porque alguém da caminha espiritual me contou. Quero trabalhar essa aceitação porque eu cansei mais de sofrer do que de não ser eu mesma. Esse é o limite.

Tem muita coisa acontecendo no mundo e muitas delas passam desapercebidas por quem vive totalmente a ruptura causada pela existência dual. Estar atenta a esses acontecimentos não é ter poderes sobrenaturais, e sim uma antena potente que capta tudo ao mesmo tempo. Presente, passado e futuro se fundem no presente permanente. Carol nasceu com essa anteninha sensível, sensibilidade essa que aumentou profundamente após mergulhar de cabeça no caminho da espiritualidade e do autorreconhecimento. Jornalista, publicitária, instrutora de meditação e mais um universo de possibilidades, Carol vai dividir suas percepções na coluna Éter. Siga no Instagram.

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