Por Caroline Apple*
Nunca tivemos uma oportunidade tão significativa para se entregar ao sentir. O isolamento social nos faz conviver muito mais conosco do que um dia já convivemos, mesmo que tenhámos companhia em casa. Afinal, são 24 horas em um espaço que remete tudo a nós mesmos. Bom, alguns vão pirar, outros vão curtir, outros não vão entender nada, mas o que todos têm em comum é a chance de sentir.
Perceba como os sentimentos e as emoções estão afloradas. Tem momentos no meu isolamento que parece que posso tocar as minhas emoções de tão sinestésica que está a história pra mim. Parece que eu posso ver minha raiva, minha dor, minha felicidade e até mesmo minhas ideias. E não, não estou fora da caixinha, estou mesmo é me permitindo sentir.
Não vou falar que é fácil, principalmente porque o momento é de depuração, portanto, temos a chance de limpar as emoções e sentimentos e, automaticamente, encarar a sujeira escondida embaixo do tapete.
O que não anda faltando são amortecedores. Tem gente bebendo demais, tem gente que pegou um sentimento e está chamando de meu “loro”, tem quem está até mesmo afundado de cara na espiritualidade que, por incrível que pareça, pode também ser um belo amortecedor.
Está liberado sentir. E não tem crivo e nem julgamento. Tem gente aí fiscalizando as emoções alheias e invalidando sentimentos e emoções que são vistas como ‘negativas’, como o ódio, a raiva, a tensão. Gente! Estamos no meio de uma pandemia, com uma situação política e social extremamente delicada, portanto, bora deixar o campo dos sentir livre. Todo e qualquer sentimento é carregado de verdade e lembra: “só a verdade nós libertará”. É só a partir da experiência que aprendemos. Portanto, essa é a hora do expurgo.
Quem é do rezo, que reze. Quem é do grito, que grite. Quem quer odiar, que odeie. Quem quer amar, que ame. Quem quer surtar, que surte. Vamos cair para experiência e sair do Manual da Vida Terrena, que só existe na cabeça dos demagogos de plantão. Não tem fórmula. O caminho é pessoal e intransferível.
Diante disso, o convite é: vamos sentir com consciência? A partir daí, prepare-se para grandes transformações.
*Tem muita coisa acontecendo no mundo e muitas delas passam desapercebidas por quem vive totalmente a ruptura causada pela existência dual. Estar atenta a esses acontecimentos não é ter poderes sobrenaturais, e sim uma antena potente que capta tudo ao mesmo tempo. Presente, passado e futuro se fundem no presente permanente. Carol nasceu com essa anteninha sensível, sensibilidade essa que aumentou profundamente após mergulhar de cabeça no caminho da espiritualidade e do autorreconhecimento. Jornalista, publicitária, instrutora de meditação e mais um universo de possibilidades, Carol vai dividir suas percepções na coluna Éter. Siga no Instagram.
Exato! E ninguem eh obrigado a nada, menos se cobrar em ‘aproveitar o tempo livre da melhor maneira’. A situação obrigou o mundo a parar. Aproveitemos o convite pra pararmos com ele. Ou não! Jajaja