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Dieta, silêncio e ayahuasca: retiro na mata propõe desintoxicação física, mental e emocional

Por Caroline Apple

Esta é uma matéria patrocinada pelo Espaço Luzeiro

Um tambo de madeira (nome dado a abrigos construídos na época dos incas) no meio da mata em Miracatu (Interior de SP) será o lar durante uma semana daqueles que procuram passar por um processo de desintoxicação físico, mental e emocional. Seu únicos companheiros serão o barulho das folhas da mata se mexendo com o vento, o som do pequeno rio cristalino de fundo de cascalho, a farra de pequenos micos sobre a lona das instalações e as eventuais trocas que acontecem durante os rituais com as medicinas da floresta, como ayahuasca, rapé e kambô.

No prato, uma alimentação vegana, rica em nutrientes, porém sem qualquer tipo de tempero. Sal, nem pensar. No copo, água e chá.

E é a partir desse cenário que se dá um convite para um processo profundo de instrospecção.

As instalações são simples. Uma cama e uma rede servem para descanso e reflexões. Nada de celular, livro ou qualquer outro tipo de entretenimento. Energia elétrica também não tem. Nas mãos, vale apenas papel e caneta. O banheiro é feito com base nos preceitos da permacultura. Um buraco no chão e serragem estão disponíveis ao lado da ducha fria. Parece desconfortável num primeiro momento, mas não é. Tudo foi pensado de forma consciente pelos idealizadores do retiro para transformar a experiência numa verdadeira viagem para dentro.

“Criamos um espaço de forma bastante simples para que a pessoa tenha contato com a natureza selvagem, cortando toda e qualquer referência com nosso padrão e sistema da nossa vida cotidiana. Os participantes se ‘hospedam’ isoladamente em cabanas simples de madeira na montanha, sendo avaliados esporadicamente somente pelo facilitador”, explica o organizador do retiro, Renato Sarreto.

As poucas horas de interação entre os, no máximo, seis participantes por temporada se dão por meio de atividades como sauna com ervas, aplicação de kambô e cerimônias com ayahuasca. “A importância de permanecer isolado na mata é fundamental, pois todos os participantes podem identificar seus bloqueios e estudar formas sensíveis de seus passos no processo de cura profunda”, afirma Sarreto.

Mudança de vida

Quem se enveredou por essa aventura afirma que a experiência é única e que os aprendizados durante esse tempo de isolamento surtem efeitos positivos em curto, médio e longo prazo.

O fotógrafo Marcos Alonso, de 30 anos, trocou em 2019 a diversão do Carnaval por uma experiência imersiva de autoconhecimento. Alonso conta que só havia tomado ayahuasca uma vez no início do mês de fevereiro daquele ano e poucos dias depois se “jogou” para dentro da mata e de si.

“As cerimonias foram mágicas, cada dia era uma porta nova que se abria que eu conseguia enxergar muitas coisas a serem trabalhadas em mim em relação ao meu dia a dia, a minha postura, as minhas atitudes com as pessoas, foi bem esclarecedor. Quando você volta começa a colocar tudo em prática. Depois do retiro minha vida deu um salto na questão emocional, profissional, mental e física. Muita coisa boa”, conta a fotógrafo.

Tem gente também que não se contentou em ir uma vez só diante de tantos benefícios. A técnica judiciária Gisela Antigo Sirgado, de 54 anos, já participou de quatro retiros e garante que cada experiência é única e enriquecedora de forma gradual.

“Todos [os retiros] foram incríveis, maravilhosos. Tomamos lá uma medicina amorosa, que nos ajuda a resolver conflitos e dificuldades e vai quebrando crenças de forma delicada e muito assertiva. Saio de lá muito bem, mais forte, mais consciente, mais empática e mais amorosa e com maior controle emocional e mental. Um é melhor que o outro. O último foi surpreendente. Me coloquei diante de informações que eu jamais imaginei que existissem, acreditei no processo, me entreguei”, relata a técnica judiciária.

Gisela também garante que ficar sem falar não foi um problema, mesmo ela sendo extremamente sociável. “Os pequenos contatos durante as cerimônias ajudam a aliviar qualquer incômodo que apareça sobre isso. Não é totalmente isolado. É na medida. Poucas pessoas. É essa quietute que nos dá a chance de entrarmos e explorarmos nos mesmos”, afirma Sigargo.

Gostou? Quer saber mais? Entre no site do Espaço Luzeiro e se informe.

Refeição servida durante o retiro livre de qualquer tipo de tempero. Foto: Uriel Penna/Divulgação
O facilitador Renato Sarreto se preparando para uma aplicação de kambô. Foto: Uriel Penna/Divulgação
Tambo de madeira no meio da mata tira participante do conforto dos padrões da cidade grande. Foto: Uriel Penna/Divulgação
Detalhe do tambo. Não tem luz elétrica. Foto: Uriel Penna
Cada tambo tem um nome. Foto: Uriel Penna
Nada de celular. No máximo um caderno para anotações. Foto: Uriel Penna
Momento de aplicação da medicina do rapé. Foto: Marcos Alonso
Ponte que leva até os tambos isolados. Comida é entregue duas vezes por dia. Foto: Uriel Penna

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